A incrível geração de fofos

“Quero dar tudo o que eu não tive para os meus filhos”. Se você tem menos 30 anos, certamente você deve fazer parte de uma geração que foi criada com essa ideia, por pais que passaram por muitas dificuldades.
Os pais da geração abaixo de 30 anos, em sua maioria, não tinham carro, não tinham motocicleta, nem computador. Quiçá, talvez, tivessem ônibus, verdadeiras latas velhas, que pareciam partir-se ao meio quando circulavam pelas ruas com paralelepípedos.
Os que tinham mordomias eram de família abastada. Os demais, eram de fato, pessoas de uma época em que se podia escolher permanecer na “pindaíba” ou estudar sério, batalhar duro, para conquistar alguma coisa.

E os que conquistaram trataram de não impor aos filhos que geraram as mesmas dificuldades que enfrentaram. Tomaram essa iniciativa como forma de assegurar que os filhos tivessem condições de progredir muito mais, terem empregos melhores, negócios melhores, e, portanto, melhores condições de vida, até status social.

Mas não foi o que ocorreu. A superproteção, a falta de ter por quê lutar, a quebra de paradigmas ideológicos, acabou por criar uma distorção. Com honrosas exceções, o mundo foi tomado por uma leva de fofos. Isso mesmo, as pessoas querem ser fofas. Graciosas que nem um bebê de comercial televisivo.

Ocorre que os meios de produção, sejam de quais segmentos forem, não são fofos, nem tampouco inocentes. Os bastidores de um hospital não têm nada fofo. Os escritórios, apesar da assepsia e bom cheiro no ar, são inóspitos para quem tem preguiça ou quer ser um "fofo". Sempre há um superior por perto a cobrar produção. E o chefe nunca é um fofo.

E a redação dos veículo de comunicação? Xiii, pensar em fofura neste ambiente é jogar areia na farofa da festa. Uma linha de produção industrial continua a ser muito parecida com a de 30 anos, à exceção dos computadores e robôs que substituíram milhares e milhares de mãos. Com ou sem automação lá, nada é fofo. É duro, desgastante e barulhento. Nem as manetes das máquinas são fofas.
Na segunda década do século XXI todos querem "fofura"
Enfim, o que quero dizer é que o mundo continuar a ser insalubre. É o mesmo mundo em que viveram os pais das gerações anteriores e que cobra muito empenho das pessoas. Continua a ser um mundo que exige cada vez mais habilidades e competências.

Em compensação, nunca antes o conhecimento esteve tão à mão das pessoas e igualmente não se tem notícia de tamanho desperdício de oportunidades que surgem a todo momento, com vantagens inimagináveis pelas pessoas de 50 anos atrás.

Quem quer ser fofo nesse mundo enfrenta dificuldades insuperáveis. E aí vem a frustração. Com ela, o inevitável desperdício de talentos. A boa notícia é que é fácil deixar de querer se fofo e acordar para a vida real.

Comentários

  1. Fofos? Está mais para uma geração de frescos. Essa negada está brincando de viver, mas não vão brincar de passar muita dificuldade na vida, há se vão. Abraço, amigo. Marcos.

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