O bode sem milho

Dia desses, sob calor que somente os moradores do Vale do Aço conhecem, voltava para casa lentamente. Era fim de uma pedalada Ipatinga/Timóteo/Marliéria-Cava Grande/Timóteo/Fabriciano/Ipatinga. A cada giro do pedal a vontade era encontrar uma sombra e lá permanecer até o sol se por.

Encontrei no meio do caminho um bicho que parecia indiferente. Era impávido ao calor, ao sol, a falta de água e procurava sem pressa capim, raro, entre pés de vassoura. 

Como pode alguém deixa-lo ali, naquela situação?

Estava explicada a indiferença do bicho diante de tudo. 

Eles chegaram na terra primeiro do que nós, mas tratamos os animais como se não representassem nada. Que raça ruim, nós, humanos, somos!. 

Poucos percebem que eles estão aqui com nós. E não, para nós. 

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