Tá uma carestia danada

Alguém já parou para fazer as contas de quanto a despensa passou a pesar no orçamento doméstico? Eu já. E é assustador. Em janeiro de 2015 gastava-se a metade do que se gasta hoje, para levar à casa o tradicional reforço da cozinha no fim de semana. 


Passei no supermercado após o expediente do trabalho neste sábado e comecei a perceber os preços absurdos dos produtos alimentícios básicos. Fiz umas contas e já concluí que as previsões de um ano difícil não eram meros catastrofismos. Era real. 

Diante dos presos esquisitos do basicão, curioso, fui ao açougue. O contrafilé, que em janeiro de 2014 custava em torno de R$ 17, custa hoje entre R$ 25 e R$ 30. Esses eram os preços da picanha ano passado. A picanha, por sinal, está na casa dos R$ 50 este ano. Na carne, o aumento nos preços foi da ordem de 100%, em média. 

Laranja pera rio, que custava R$ 0,90 o quilo, ano passado, custa hoje R$ 1,98. A costelinha suína, que já foi carne de segunda, hoje é vendida a R$ 14. 

Queijo muçarela (em português se escreve é assim mesmo), que custava R$ 12 em janeiro de 2014 hoje custa R$ 17,90.
Preços dispararam e alguns produtos subiram 100% em relação a janeiro de 2014
E, assim, segue a lista da carestia. Se os preços aumentam em proporção dez vezes maior do que a correção dos salários, que mal tiveram repostas as perdas acumuladas por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), supõem-se que as famílias estejam no caminho dos cortes na hora das compras. Leva-se menos, com menor qualidade também. 

Pior do que os preços nas alturas é uma inscrição minúscula contida no fim do cupom fiscal. Fui ler com atenção o que era. “Val. aproximado dos tributos R$ 25,30. Ou seja, 21,86%, quase um quarto da compra era puro imposto, pago aos governos municipal, estadual e federal. Haja ânimo, 2015.

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