Recentemente, ao
fim de uma das pedaladas por esse Vale do Aço, deparei-me em Mesquita com um
médico aposentado. Ele trabalhou a vida toda em Belo Horizonte, criou a família
mas agora aproveita a velhice no ar puro da serra, no modorrento movimento de
uma cidadezinha do interior.
E mais
interessante, vive rodeado de pessoas com as quais gosta de conversar.
Sente-se satisfeito quando alguém o cumprimenta e estica um papo. "Na
prática, aprendo a cada dia mais", explica ele. Ficou curioso em ver
chegar à casa onde estava uma turma de bicicletas de trilha e nos fez muitas
perguntas.
E foi na beira da
churrasqueira, na casa do Dr. Walter Teixeira, que o médico me contava algumas
coisas interessantes, entre as quais como se preparou para a idade provecta.
A maioria dos brasileiras da meia idade para baixo já faz parte de uma geração que não nutre mais expectativa de aproveitar a vida depois de algum tempo de trabalho |
Explica o ancião
que idade provecta é aquela que todos os humanos devem ter para aproveitar a
vida depois de acumular conhecimentos, cumprir sua missão como profissional,
pai, ou mãe.
Mas a idade
provecta também exige um planejamento e recursos para uma sobrevivência
minimamente digna. Se o cidadão não teve como acumular uma fortuna, deveria ter
quem o fizesse por meio da Previdência Social, para a qual todos que
trabalhavam na formalidade contribuem a vida toda.
O médico aposentado e sua teoria da "idade provecta". Sensacional fim de penal em Mesquita-MG |
Se o fator
previdenciário já era uma desgraça para quem sempre carregou o fardo, por
estabelecer critérios regressivos de remuneração previdenciária, os novos
métodos também castigam aqueles que sempre produziram. Quem está na faixa da
meia idade profissional, para baixo, com 20 ou 30 anos de contribuição corre o
risco de nunca ter uma aposentadoria.
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