É a crise ! É a crise !


Quem acompanhou o noticiário recente, sobre a imprensa mineira, deve ter tomado conhecimento sobre o enxugamento do efetivo nas redações.

A maioria dos veículos de comunicação sofreu, no primeiro semestre do ano, o impacto da crise com a minguada receita arrecadada com a publicidade.

Dessa forma, não conheço nenhum veículo de comunicação que não tenha feito cortes. Principalmente de pessoal. Como não se produz conteúdo informativo de qualidade sem pessoal suficiente, o impacto é visível nas páginas dos jornais, revistas, nos sites e outras plataformas.

Corte nos gastos com anúncios está no topo das medidas de racionamento quando as vendas caem e o lucro encurta nas empresas. Queda nas vendas significa também menos impostos recolhidos. Menos dinheiro nos caixas do governo.

Com arrecadação em queda, máquina administrativa paquidermicamente inchada com pessoal que pouco produz, ressalvadas honrosas exceções, o serviço público nas três esferas é um buraco sem fundo. Falta dinheiro para tudo, até para “assegurar a imagem” dos administradores que, geralmente, são carreiristas partidários.

No contexto todo, estão os veículos de comunicação, que têm custo operacional elevadíssimo. Se o setor privado não faz publicidade, se o governo também não, o negócio não sobrevive. E aqui, para nós, não é segredo para ninguém que, no Brasil, desde o pioneiro Correio Braziliense, fundado por Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça (1808) a imprensa depende de verbas publicitárias oficiais.

A justificativa é que, produzir conteúdo informativo com um mínimo de qualidade é caro. Demanda logística, equipamentos de razoável qualidade para cima e pessoal bem qualificado. Isso não é barato, requer investimentos e, se faltou dinheiro em caixa, demite-se pessoal.

Dessa forma, quem viu essa charge do Duke, no jornal O Tempo, entendeu bem o significado e o significante implícito nela, bem na lógica saussureana. De tanto ressaltar a crise, os meios são vítimas dela.

 

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