"Seu dia está mais triste?. Revise seus conceitos"

Com exceção da falta de algumas informações trocadas com colegas sobre o trabalho, até que o dia está bem, sem o whatsapp, bloqueado por determinação judicial desde a 0h de 17/12/2015. No caso do meu trabalho, não há nada que tenha deixado de ser feito nesta quinta-feira por causa da falta do aplicativo.

Nos escravizamos facilmente com a tecnologia barata que nos cai às mãos e passamos a acreditar que sem ela não viveremos. "Seu dia está mais triste?. Revise seus conceitos", já alertou uma entrevistada em um programa de rádio mais cedo.

Caros amigos, quem aprendeu a ler e a escrever à luz da lamparina de querosene, sabe se virar até mesmo se deixado nu ao norte do deserto do Jalapão, lugar que está na minha longa lista de pontos deste planeta a ser visitado antes do fim dos tempos. 
Nos acostumamos à tecnologia barata e nos esquecemos que se pode viver com muito menos do que achamos indispensável para o bem estar

Aqui não se trata de alguém que não está nem aí para o bloqueio de um aplicativo de celular apenas por ser contra o uso das “maravilhas” tecnológicas. Mas sim, da simples constatação que não fazem falta como pensamos. Na maioria das vezes, tais inovações mais incomodam, importunam, do que nos ajudam no dia a dia. 

Conversava com estudantes de Comunicação Social há alguns dias e explicava aos jovens comunicólogos que nunca antes na história estivemos tão desinformados, mesmo com tanta diversidade de meios.

Com a hiperinformação tornou-se indispensável o uso de uma bússola para não se perder em um oceano revoltoso de dúvidas, o infalível desconfiômetro. Mas, até para usar esse recurso é preciso ter algum conhecimento.

Se antes era preciso desconfiar da informação mediada pelos comunicadores, na revista, rádio, tv e jornais, então, o que dizer diante da avalanche de supostas informações disseminadas “em tempo real” pelos leigos e, pior, pelos mal intencionados?

“Só repassando”. É assim que se referem a uma foto que mostra um acidente na esquina, um incêndio acolá e uma briga em algum lugar. E por “só repassando” entenda-se que o sujeito quer dizer “não sei o que é, onde é, quando aconteceu, como e porque isso está aqui. Só tenho a foto”.

Também, é por essas e por outras que acredito mesmo que o lugar do papel do comunicador social estará sempre resguardado. Com ou sem aplicativo de mensagens instantâneas. 

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