Para
muitos brasileiros o ano novo só começa nesta segunda-feira (4/1), primeiro dia útil
de 2016. A maioria das pessoas guarda com grande ansiedade a chegada de duas
datas, todos os anos, o Natal e o dia da virada do ano.
E,
na prática esses dias e suas vésperas passam tão rapidamente, tal qual a comilança
calórica dos festejos de fim de ano. Por falar nisso, sobrou panetone? De todas as iguarias do período essa é a mais apetitosa. Que bela invenção dos italianos.
No
mês que antecede as duas datas, é comum que muitas pessoas façam balanços
daquele ano que passou e planos para o vindouro. Balanços fantasiosos e planos
que jamais serão viabilizados, diga-se. Enfeitam casas e empresas, comemoram e
preparam-se para o novo período que se inicia.
O
amigo e cicloativista, André Moreira, observava em uma rápida pedalada noturna,
que os enfeites de natal estão cada vez mais pobres. Limitam-se a jogos de
luzinhas (em sua totalidade chinesas) a piscar na fachada das casas e nada além
disso. Enfeites de natal de outros tempos eram uma arte, lembrou-se o
André.
Mas
é preciso ponderar os motivos para o desânimo com os enfeites. Há, obviamente, um pessimismo no ar, resultante de uma política econômica desastrosamente fraca
e desestimulante no Brasil, agravada por uma crise de origem partidária, um
monstrengo que a oposição ao combalido governo tratou de alimentar antes mesmo
da contagem dos votos em outubro de 2014.
Um totem para o novo ano que se inicia. |
Mas, voltemos aos festejos. Fui convidado para uma pá de confraternizações no fim de
ano. Por causa dos compromissos profissionais pude ir a umas quatro. Em todas
havia algo em comum no ano que passou. Quem fosse participar teria que ajudar na “vaquinha”.
Em alguns casos, uma contribuição simbólica. Mas o fato é que, em ano de vacas
magras, coube aos participantes levar algo mais que boca e mão.
Mas
foi bacana ver que apesar de tantos apertos, tanta decepção com a política e a
economia e um ambiente de trabalho, certamente desafiador, as pessoas
conseguiram parar para um momento para uma confraternização, um aperto de mão, um brinde, uma gargalhada diante da
piada do colega com o microfone na mão, dar um sorriso na hora da troca do
presente do amigo oculto revelado em meio aos discursos desajeitados e superar as rusgas dos momentos de cobrança do trabalho. É uma pena que em muitos lugares essa harmonia não se restabeleça.
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