Entre caretas e grunhidos

A conclusão que às vezes se chega é que vivemos em um momento de tamanha mediocridade, na fala corriqueira, que demonstrar determinados conhecimentos passa a ser considerada arrogância, prepotência, pretensiosismo. Vivi um momento desses no fim de semana. Coincidentemente, testemunhei um professor da rede estadual passar pelo mesmo perrengue, no mesmo dia. 

Palavras corriqueiras do nosso vocábulo passaram a ser desconhecidas pela maioria das pessoas. Não resta dúvida que o baixo índice de leitura é uma das causas do desconhecimento vocabular que grassa pela baixada.

E demonstrar conhecimentos sobre geografia, história, política (conhecimento da história, não opinião pessoal, que se entenda bem)? O sujeito corre o risco de ser alijado de onde estiver. Imagino o sofrimento dos professores dessa época diante da classe ignara, com raras exceções, claro. 

A ignorância galopante tem exemplos por todos os lados. Vou longe para buscar um deles e evitar o patrulhamento local, que tem sido um fardo. 

Em Foz do Iguaçu (Paraná), um vereador, ao tratar na tribuna do Legislativo sobre um assunto que versava sobre pagamento de bolsa-auxílio aos médicos residentes do Hospital Municipal soltou essa gafe: "Eu não sabia que tem médico que reside (mora) no hospital".

Será que corremos o risco de voltarmos a usar símbolos, como homens das cavernas, no lugar de palavras? De certa forma é o que sugere o mar de emoticons, símbolos, emojis e carinhas ridículas que inunda as redes sociais.

Quem já não teve a desagradável sensação de enviar uma mensagem com 38 palavras para uma pessoa e receber de volta apenas o ?

Mantenho o entendimento que o caminho da conversação cara a cara tende a repetir a interação das pessoas pelas mídias sociais, apenas expressões faciais e mugidos, ou grunhidos ou seja lá qual for a onomatopeia. Escolha, abaixo a que mais lhe convier.

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