Precisamos de uma nova eleição

Eu não acredito no “estado mínimo” como modelo de gestão da economia. O pífio governo Temer, do arcaico PMDB, que açambarcou o governo federal na quarta-feira, 31 de agosto, é influenciado justamente por esse mote. Não é preciso ser adivinho para saber que vem pela frente grande tormento para todos, inclusive, aos que batera panelas.

Afinal, foi clara a influência de representantes do setor produtivo, como a Fiesp, na soma de forças para a queda da presidente Dilma Rousseff. Não entro no mérito se houve golpe ou não. Muitos já escreveram à exaustação sobre o assunto. Vamos à consequência.

Lembro-me aqui do discurso de posse do presidente do maior pais capitalista do planeta. Sereno, Barack Obama afirmou em janeiro de 2009 ao assumir o governo dos Estados Unidos:   

“E tampouco temos de decidir se o mercado é uma força positiva ou negativa. Seu poder de gerar riqueza e expandir a liberdade é incomparável, mas a crise serviu para nos lembrar que, sem fiscalização atenta, o mercado pode escapar ao controle, e que um país não poderá prosperar por muito tempo caso beneficie apenas aos mais prósperos”.

“O sucesso de nossa economia sempre dependeu não apenas do tamanho do nosso Produto Interno Bruto mas do alcance de nossa prosperidade; de nossa capacidade para expandir as oportunidades de forma a que estejam disponíveis para quem quer as deseje - e não por caridade, mas sim porque essa é a mais segura rota para o bem comum”.

Obama referia-se à crise financeira de 2008, que corroeu economias mundo afora e cujos efeitos podem ser sentidos até hoje, em países emergentes, como o Brasil, agravados pela crise fabricada pela oposição que não aceitou a derrota nas urnas em 2014.

Então, é por essa e outras razões que não acredito no estado mínimo. Toda vez que a mão do mercado ficou livre nesse país, foi apenas para ampliar a concentração de riquezas e fustigar o povo a pagar até pelo básico assegurado na Carta Magna.  

Seria infantilidade, não aceitar, também que a economia interna precisaria funcionar muito bem para que existisse política de assistência social. E não me refiro ao famigerado bolsa família, falo do Estado de Bem Estar Social, que abrange outras esferas, inclusive a da segurança pública, que anda em frangalhos.

Àqueles que são críticos do Bolsa Família, que custa por ano  R$ 26,9 bilhões aos cofres mantidos pelos brasileiros, é  preciso lembrar que, com o Bolsa Empresário o governo gastará R$ 270 bilhões em 2016, via BNDES.

Está muito claro que a queda de Dilma faz desaparecer parte da desconfiança que atingiu níveis nunca antes visto na história do País. Não haverá clima para a sequência de seu governo. A oposição, capitaneada pelo PSDB, não daria trégua.

Para fechar, a surpresa da quinta-feira foi a posição bastante racional do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, com uma postagem em sua conta, no Twitter, afirmando que “a presidência está nas mãos de um homem conservador, ultrapassado, como sua antecessora” e mais: “o País está sob o controle de um bloco hegemônico incontrastável”. O contexto completo deve ser lido com atenção no print do post do ministro Barbosa é uma aula sobre o atual momento político e administrativo do Brasil. 
Post do ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa é digno de levar à reflexão. Nada a comemorar. 
 Como por enquanto ainda não trouxeram o estatuto da censura, nada custa gritar. “QUEREMOS NOVA ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE”. 

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