Nos próximos dias farei uma limpa nas minhas mídias sociais

“Ninguém está seguro”. Essa máxima dos técnicos da área da informática para quem navega na web nunca esteve tão em evidência quanto hoje, quando as pessoas jogam suas vidas nas mídias sociais. 

Agora, o que as outras pessoas fazem é que vamos destrinchar nesse texto. A ilusória lista de "amigos" deveria se chamar, na prática, de "lista da maioria bisbilhoteira". 

Quando usa as suas páginas pessoais tem gente que exagera, claro. Outras misturam o profissional com o pessoal no mesmo lugar e tudo vira uma salada.  A boa etiqueta reza que deveríamos separar assuntos pessoais dos corporativos, mas cada um é livre para infringir a norma como quiser. 

Outros reclamam da segunda-feira e há os que postam a cervejada de sexta-feira à noite, sem se importar que, assim, vão publicando os seus hábitos mais pessoais e criando conceitos sobre si mesmas.

Eu uso para o trabalho apenas a página criada para postagem de links de notícias do jornal onde atuo. Na minha página pessoal publico somente coisas da vida privada como o ciclismo, caminhada numa serra, uma cachoeira bonita, uma praia, um vilarejo, um texto legal. 

Ainda sou daqueles que olha o nascer e o pôr-do-sol ou a lua, uma árvore, um bicho, dos quais faço fotos e posto. Resguardo comigo apenas, o que ocorre a partir do momento que entro no portão do prédio onde moro.

Usar o Facebook, por exemplo, me permitiu reencontrar familiares e amigos distantes que há muitos anos não via. As mídias sociais nos conectaram de uma forma que nem o mais astucioso teórico da comunicação pensou. 

E uso muito, não só o “face”, mas também o Instagram, o Twitter (esporádico), o Youtube e esse blog, que tenho abandonado sistematicamente por falta de tempo. 

Só não o apago porque vejo no relatório que ainda tem acessos a antigos artigos, sabe-se lá porque.  Mas não tenho nada a esconder nem mudo de opinião com o passar dos anos.  Que continuem aqui os artigos postados e que geraram milhares e milhares de acessos.

Mas vamos ao fato central. Bem recentemente recebi o link de um aplicativo que permite monitorar quem acessa suas redes sociais. Ficou uns dias aqui, salvo. Decidi executá-lo e mantive o monitoramento por duas semanas. Fiquei pasmado. Incrível a cara de pau de muitos que abrem as páginas, reviram fotos, álbuns inteiros, recentes e antigos, mas não curtem, não compartilham, não comentam nada, nada. Esses estão fora da ordem. O fino das mídias sociais é a interação. 

Tal qual almas penadas, que assombram os outros, ficam lá espionando a vida alheia, sem nem sequer um bom dia dar. Por que? O que leva um indivíduo a visitar a página pessoal de uma pessoa dez vezes, ou mais, num único dia, sem nada dizer?
É monitoramento sistemático ou apenas bisbilhotice? No mínimo é uma deselegância revirar as páginas pessoais sem nem um bom dia dar
É monitoramento sistemático, inveja,  ou está apaixonado por mim? No caso dos homens já aviso logo que sou heterossexual e não pretendo mudar.  Às mulheres nem preciso repetir que lá na descrição do perfil está bem claro que sou casado.

Portanto, caros visitantes anônimos, vocês que ficam aí bisbilhotando sem dar uma curtida sequer, preparem-se. Nos  próximos dias não farão mais parte da minha lista de contatos. Alguns já comecei a excluir prontamente. Também sei que não fará falta alguma essa exclusão.  Se não têm nada a me dizer, talvez nem meu amigo seja. Pronto, falei. 

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