Alimentaram a besta, e agora querem fugir

Essa semana foi noticiado que alguns personagens curiosos fizeram uma radical inflexão em seus posicionamentos políticos e "causaram" burburinho nas mídias sociais.

Falo de gente que passou anos destilando suas asneiras pouco críticas do contexto social econômico e político do Brasil. Antes que me lancem pedras, quero deixar claro que abomino a corrupção deslavada, como ocorreu até agora no Brasil e, nesse sentido sabemos que as provas são irrefutáveis.

Com certa razão, dinamitaram o PT (que para mim já deu o que tinha que dar) e políticas sociais na expectativa de alavancarem o PSDB, sem levar em conta que um monstro, o Coiso, se alimentava das migalhas que caiam da boca de Raquel Sherazade (SBT) e Kim Kataguiri (MBL), das páginas de Veja, Exame, Folha de São Paulo, Globo e tantas outras publicações.

O PSDB ficou na zona de conforto, estático, vendo "tudo virar pó" e não percebeu o monstro, ao lado, criar músculos usando justamente o mesmo discurso que tanto lhe agradava para derrubar o partido então no poder.

Incrível que a essa altura do jogo eleitoral garotos-propaganda tucanos venham a público manifestarem-se contra o bicho papão criado debaixo de suas camas.

"Bandido bom é bandido morto". "Bandido tem que trabalhar para se sustentar na prisão". "Armas para o povo".  Fácil falar, de fato é uma necessidade, mas e a execução prática disso num contextos de 750 mil encarcerados, dona Raquel? Se fosse viável alguém já tinha feito.  E vem mais coisas como
"Abaixo as cotas". "Abaixo os quilombolas".
 
"Querem transformar o Brasil numa Venezuela". Não foi esse o mote do discurso, Kim? Mesmo sabendo que o caso da Venezuela não se aplica ao Brasil? Agora vem gritar #elenão?



Das duas uma. Ou ficaram com medo de serem comidos pelo monstro. Ou querem dizer ao público que não apoiam o monstro, pois sabem a tragédia que pode estar em curso no país, tamanho o despreparo que demonstra para lidar com a complexidade brasileira.

O discurso da mudança era necessário, mas pelos resultados alcançados é notório que erraram na dose. Aliás, a alquimia define que a diferença entre o veneno e o remédio é exatamente o tamanho da dose.

O público dos astros 'revoltadinhos' não querem o seu candidato. Querem outra personificação do exagero que regaram dia após dia.

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