Bem pessoal, não sei o que houve, mas o mundo está de cabeça para
baixo e ninguém faz nada. Ultimamente tenho observado que as pessoas perderam
totalmente o senso de direção. Rodando em torno de si mesmas, manifestam
pensamentos niveláveis a zumbis.
Vamos aos fatos. Virou moda dos indigeríveis grupos de “Uatizápi”
uma corrente de comemorações. Basta que uma pessoa seja morta a tiros que sai o
seguinte: “mais um cpf cancelado”, ou “cpf cancelado com sucesso”. Comemoram tanto
que dia desses escreveram isso da morte de um indivíduo que não tinha passagem por
nenhum delito.
A polícia investiga se ele foi morto por engano ou se foi assassinado
por encomenda da ex-mulher. O sujeito é vítima, em quaisquer dos casos. Mas como assim? Independentemente se é
bandido, ou não, uma pessoa morre e é motivo de comemoração?
Agora acompanho o caso da jovem de 26 anos que assumiu ter
atropelado um entregador de lanches em uma motocicleta, dia 3/12 à 0h15, em
Ipatinga. Minha nossa, quanta piração. Justiçamento não é justiça.
Pois me surpreende que as notícias tenham tantos comentários de muita
gente que comprovadamente não leu qualquer reportagem acerca do assunto. De
cada dez comentários, salva-se um, com sensatez. Os mais deploráveis pedem a
morte da condutora. Mas como assim? Não se sabe se ela é a culpada ou não, pelo
acidente que culminou na morte do jovem. Já temos uma morte, será que
precisamos de outra?
Desde quando se implantou no Brasil a Lei de Talião, do olho por
olho, dente por dente? A massa enfurecida e acéfala parece desnorteada quando
grita pela lex talionis.
Viemos para o século XXI sonhando com tempos de evolução social e deparamos com um apocalipse zumbi provocado pelo próprio "desenvolvimento" |
Leio incrédulo que uma mãe, chamada por uma diretora à escola da
filha, advertida por furtar mudas de flores de um jardim recém plantado no
estabelecimento, agrediu a professora e defendeu a filha. Casos como esse têm
se repetido mês a mês, numa inversão de valores que nem escritor de ficção
pensaria há 10 ou 20 anos. Pais não
educam seus “príncipes” e “princesas” ou “princesos”, e não querem que alguém
os eduque. São intocáveis que depois se matam quando dão com a cara no muro da
vida.
Burrices como essa inversão do papel da escola e do educador encontram
eco quando leio que tramita no Congresso Nacional da proposta da Escola Sem Partido,
uma asneira sem tamanho, com o perdão dos asininos. Desconhecendo os preceitos
do direito de cátedra, os conservadores querem aprovar essa aberração, sob o
mando de um discurso de suposto doutrinamento esquerdista. Mas que doutrinação
esquerdista é essa, gente?. Nunca fui
obrigado a seguir qualquer corrente de pensamento e tive livre escolha do marco
regulatório de minha conclusão de graduação.
Essa discussão, banalíssima do projeto de lei faz-me lembrar dos
últimos anos da ditadura militar, quando entrei para o primeiro ano do antigo
1º Grau, em 1.980. Havia um soldado da PM que circulada por entre os corredores
da escola, vigiando o que os professores ensinavam.
Nós, inocentes crianças, o adorávamos. Era gentil com a meninada e
dava aulas de caratê em sua academia. Somente mais tarde descobrimos o seu
verdadeiro papel no interior da escola da rede pública. Agora, se passar o
Escola Sem Partido, vão voltar com a botina para os corredores?
Não vou nem incluir nessa abordagem, o fora de curso que foi a
decisão de uma eleição com base em “fake news”, por todos os envolvidos na
disputa, diga-se bem. Nem vou falar da crise sem fim do caso do cachorro morto
por um segurança de supermercado, porque senão teria que lembrar do que está
por trás da crise em vários países, dos interesses internacionais escusos e até
da idosa de 106 anos morta pelo sobrinho neto, que foi lhe furtar R$ 30. Aí já
seria demais e isso aqui não é a Terra para caber oceanos.
Por fim, lamento que tenha vindo para o século XXI sonhando com o usufruto
da tecnologia da informação, da evolução sociológica, mas acabei no meio de um
apocalipse zumbi, onde o respeito ao outro é apenas um discurso e pessoas
postam fotos ostentando armas, pacotes de dinheiro e joias no Instagram. Pare o
mundo que eu quero descer.
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