Raios e mitos

Embora pesquisada à exaustão não foi desenvolvida, ainda, nenhuma tecnologia capaz de armazenar a energia dos raios para aproveitá-la depois. Estocar a energia dos raios é como estocar vento. Não tem jeito, mesmo.

Mesmo que tivesse, talvez não valesse a pena. Pesquisas apontam que a energia que um raio transfere da nuvem para a terra tem em torno de 500 quilowatts. Se isso for verdade, pois não vi o memorial descritivo de nenhuma pesquisa dessa natureza, nem sei se valeria a pena, pois equivale a pouco mais de um mês de consumo em uma residência. Na minha casa moram três pessoas e o consumo do mês de fevereiro foi de 352 kw/h.

Fora a discussão econômica, vem a objetiva. Dos fenômenos naturais, as descargas atmosféricas talvez sejam as que mais mitos concentram. Quando era criança ouvia que não se podia pegar em tesouras e garfos, pois as pontas atraem os raios. Cresci acreditando nisso. Incrível como a crendice popular e, muitas das vezes, a religião, mentem em relação aos fatos. Transformam mitos em ilusões que assombram as pessoas.  

Lembrei-me disso, na noite de terça-feira (19), quando uma tempestade descarregou cerca de 500 raios sobre as cidades do Vale do Aço, conforme levantamentos da Cemig. Pela ação da boa providência, ninguém se feriu, mas equipamentos eletrônicos pifaram  por todos os lados. Ahh, tirar equipamentos das tomadas e desconectar antenas de telecomunicações, para evitar a queima dos aparelhos, não é mito, é fato.
Tempestade de raios, Ipatinga, março de 2019

De todas as invencionices, decisivamente, enfiar-se embaixo da cama deve mesmo ser a medida de proteção mais segura. Fora isso, ficar longe de arvores, evitar ficar em pé, em locais descampados são outras boas medidas. 

E no caso dos veículos, dentro ou  fora deles? O Corpo de Bombeiros cita em sua página que o interior dos carros também oferece proteção, desde que a pessoa não segure o tempo todo em partes metálicas.

Mito
Para fins de esclarecimento semântico, informo que o sentido de "mito", usado repetidas vezes nesse "articulinho" refere-se ao sentido definido pelo dicionário Priberam, da Língua Portuguesa: 

"Mito (do latim mythos, fábula, do grego mûthos). Palavra, coisa dita, conto, história, ficção. Fato ou particularidade que, não tendo sido real, simboliza não obstante uma generalidade que se deve admitir. Coisa ou pessoa que não existe, mas que se supõe real. Coisa só possível por hipótese; quimera.

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