Abra um livro, abra as portas da percepção do mundo

Há 210 anos era criada a Biblioteca Nacional. Portanto, a data 29 de outubro é também considerada o Dia do Livro. Não poderia deixar passar em branco.

É preciso render homenagens à professora Marlene, que atuava na biblioteca do então Polivalente do bairro Pedregal, em Manhuaçu, e que na confiança durante os ensinos Fundamental e Médio afiançava meu acesso ao acervo da magnífica biblioteca da escola. Na maioria das vezes era o único estudante que escolhia a sala de leitura da biblioteca, em vez da conversa à toa no pátio do colégio. 

O cheiro que me chegava pelas narinas eu nunca esqueci. Era no conforto de grandes poltronas verdes da limpíssima sala de leitura que eu me escorava para sair do obscurantismo rural e mergulhar num mundo incrível de conhecimentos em meio a uma vastidão de livros.

De dona Milca, professora de Língua Portuguesa, guardo a lembrança das suas recomendações: “Os livros abrem as portas da percepção do mundo”. Que profundo era isso. Abrir portas da percepção do mundo era bem mais do que um título do livro de Aldous Huxley. Significava a saída da caverna, aquela do mito narrado por Platão.

Poderia lembrar por mais centenas de linhas dos mestres que, imbuídos da mais nobre profissão do planeta, passaram pela minha vida e sempre me guiaram na direção da luz emitida pelas páginas dos livros.

Seja no antigo formato impresso, que eu ainda uso, ou pelo meio digital, os livros se fazem mais necessários do que nunca nesses tempos de grande perturbação. A verdade sempre prevalecerá.

Trecho de "O Dilema do Porco Espinho", de Leandro Karnal - A leitura nos fornecesse uma bússola para sair dessa caverna do mundo líquido, das mídias sociais

É certo que sem um bom conhecimento não se vive bem em lugar algum. Sem conhecimento não se compreende e nem se consegue pensar o mundo contemporâneo e encontrar soluções, seja para suas dúvidas pessoais, profissionais ou do meio onde se vive. 

E esse é um momento em que a falta de conhecimento pode seduzir os incautos, ávidos por soluções fáceis para coisas complexas da contemporaneidade. Então não se assuste com os negacionistas, os que desprezam o conhecimento, a ciência e ignora o quando se pode viver melhor sem ser enganado. Eles desconhecem os livros. 

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