Cá estou eu lutando com a covid-19

Foi como um relâmpago. Domingo (29/11) saí para um giro rápido na Mountain Bike. Fui a uma lagoa distante 50 km ida e volta de casa, passei em casa, mais tarde, peguei a Andreia que também pedalou num circular urbano. Almoçamos felizes e assim passou-se um domingo como outro qualquer. 

Segunda-feira (30) começava o martírio. Os sintomas da ação do coronavírus SARS Cov-2 no corpo foram fulminantes. A cabeça doía, a garganta quase se fechava de inflamação e dores.

Na esperança que fosse uma gripe forte ainda aguardei o resultado dos exames de dois colegas de trabalho, cujos sintomas tinham começado dois dias antes.

Com a confirmação do positivo deles, e já adivinhando o pior fui ao Pronto Socorro. O local estava lotado, mais de 50 pessoas e uma espera de quatro horas.

Fiz o teste swab, uma maldita haste com algodão na ponta, duas na verdade, que lhe são enfiadas nariz afora até a nasofaringe para recolher amostras. O resultado deu positivo, como era esperado.

Fui contaminado mesmo adotando cuidados como uso frequente de máscara, higienização sistemática das mãos e manter-me afastado de restaurantes e outros locais de grande aglomeração.

Agora, os efeitos mostram o quanto a doença é traiçoeira. Por já ter enfrentado a situação, o amigo Ronaldo Soares emprestou-me um oxímetro, para a leitura constante da saturação do oxigênio. Desde terça-feira estou no limite de 95%. “Se cair abaixo de 94% você precisa ir para o hospital buscar ajuda”, alertou.

No mais a traição é o fato de em um momento você sentir-se bem e em poucos minutos sentir calafrios, dores estranhas pelo corpo e ser levado para a cama e entrar em sono profundo e longo.

Talvez seja efeito do coquetel de medicamentos. O médico receitou, Azitromicina, vitaminas, antialérgicos, zinco quelado, e dipirona 1g. “São para tratar os sintomas, não existe tratamento da doença”, esclareceu o Dr. Rafael Procópio. Paguei pelo “coquetel” R$ 160.

Sem paladar, sem olfato, qualquer alimento, preparado ou fruta, tem sensação de isopor. O fato de não ter vontade de comer só agrava a situação. A comida precisa ser empurrada goela abaixo.

Enquanto sofro tudo isso, penso em quem já saiu dessa e em quem ficou no meio do caminho. “E daí?” Pergunta, o antilíder que não soube unificar o povo para enfrentar a pandemia.



Comentários