E o troféu peroba vai para ...

Neste primeiro de junho comemorou-se o Dia da Imprensa. E mais uma vez foi uma data marcada por “homenagens”. Como tradicionalmente ocorre, entre a avalanche de mensagens recebidas, encontramos algumas emitidas justamente por setores, pessoas, ou organizações que no dia a dia, pautam-se pouco pela transparência nas informações, pela resolutividade de demandas ou que prezem pelo respeito na lida com os profissionais ou veículos de comunicação. A vontade é responder com uma cópia do “Troféu Pinóquio”, acompanhado de um frasco de óleo de peroba para lustrar a cara de pau.

Ademais, essa é uma data que sempre mereceu uma reflexão, por todos os comunicadores sociais. Mas nesse começo de terceira década do século XXI merece um pouco mais de zelo.

A imprensa está no topo da lista das instituições das quais a nova ordem global, de direita, quer minar a credibilidade. Eu acredito que não vai conseguir. Penso isso porque estamos tratando de fatos e, contra fatos, não há argumentos.

Ao seu modo da esquerda no poder – tanto no Brasil quanto em outros países - já tentou isso, e falhou. Por mais que a direita tente apontar a cultura marxista reinante na comunicação social, não há profissional que pague mais caro quando a esquerda chega ao poder que os jornalistas.
O troféu peroba é justo àqueles que fazem ingerência sobre o trabalho da imprensa e, no dia 1 de junho faz questão de enviar mensagens com "homenagens"

Ainda sobre a tentativa de minar as instituições, há um antigo ditado atribuído ao francês Jacques Abbadie, segundo o qual, um farsante pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo.

As pessoas, cedo ou tarde, descobrirão que foram enganadas quando foram estimuladas a deixar de acreditar nas instituições. Não que as instituições sejam infalíveis, ou incapazes de errar. Mas é certo que ao ser descoberto qualquer equívoco há sempre uma correção de rumo.

Foi assim com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que na luta contra as incertezas na pandemia, teve que inflexionar suas posições por mais de uma vez.

E assim ocorre com todas os demais segmentos organizados na sociedade democrática, que se vê na obrigação moral de corrigir suas eventuais falhas. Não me parece ser essa uma prática da política, a não ser sob muita pressão popular.

E ainda que, por força da busca à sustentabilidade, um ou outro veículo de comunicação seja beligerante com algum governo, em algum momento, é importante destacar que nenhuma atividade requer mais a criação humana que a comunicação social. As pessoas servem às instituições, mas essas precisam servir a um povo, ao seu público.


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