Estamos num Resident Evil da vida real e não nos demos conta disso

Há pessoas que conhecemos há tempos e que agora estão irreconhecíveis. Pessoas espetaculares, que sempre fizeram parte de nossa vida familiar, pessoal ou profissional. Muitos reconhecidamente inteligentes, companheiros de jornada, excelentes profissionais, alguns éticos, outros nem tanto, mas no geral, pessoas boas.

Eis que agora os encontramos numa situação irreconhecível, mas num nível em que se outra pessoa disser qualquer coisa contrária à sua pregação acaba a amizade na hora. Há alguns dias fui duramente massacrado por um antigo conhecido porque discordei dele em relação a uma temática humana.

Me causou estranheza ser duramente agredido verbalmente por uma pessoa, publicamente. É impressionante como a falta de conhecimento, ou incapacidade de argumentação estimula gatilhos de surtos de ódio. Vivemos tempos medonhos.

Para Aristóteles, a razão é um elemento fundamental do conhecimento humano. O grande problema de algumas pessoas nesse momento é que querem espaço democrático para defender suas posições distanciadas da razão, da realidade, debruçadas sobre inverdades confortáveis que alimentam sua ignorância. Tem quem aguente isso calado? Omissão também é falta de razão.

Quem me conhece ou convive comigo sabe que raramente entro em escaramuças com os outros, conquanto seja firme em minhas posições.

Sabe qual a minha preocupação? Que em breve a incapacidade de argumentar, associada ao surto de ódio saia do âmbito virtual e se materialize. Será que a barbárie nos espera, com essa gente portando uma arma? 

Vivemos um Resident Evil na vida real e ainda não acordamos para essa realidade. Resident Evil, para quem não sabe, é uma produção do cinema, baseado num jogo virtual. De forma bem resumida, nele, uma parte da humanidade virou zumbi e a outra parte tenta sobreviver em meio ao caos.

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