Nem passador de pano aguenta

Não está fácil pra ninguém, desde 2016. Mas em 2022 o difícil tornou-se preocupante. Se não está fácil para os remediados, pior ainda para os tais “passadores de pano” para um governo atabalhoado, que não consegue acertar uma política econômica capaz de defender a ralé que está na metade da pirâmide social para baixo. Todos os indicadores mostram que a situação só está fácil para a minoria que tem reservas financeiras aplicadas nas variadas modalidades do mercado financeiro. 

É impressionante a alienação de uma parcela de acéfalos que se apegam ao discurso moral “dos costumes, família e pátria”, sem levar em conta que o jogo está mesmo é no tabuleiro da economia. Mas isso é pedir demais para um povo que em sua maioria não recebe na escola o básico sobre ciências políticas.

Então fica fácil fazer proselitismo sobre a terraplana, ameaça comunista, saci Pererê e mula sem cabeça, quando a verdadeira ameaça vem daqueles que se reúnem para definir os destinos políticos da nação. O povão não sabe diferenciar o que é “mito” e “realidade”, mas insiste em propalar o que não sabe pelas mídias sociais. As tias e tios do “zap” piram.

No frigir dos ovos, que também andam a custar os olhos, até os apaniguados começam a enfrentar problemas quando encontram um alimento tão básico como o mamão a custar mais de R$ 15 o quilo no supermercado.


Preço de alimento essencial nas dietas das pessoas. Mamão formosa foi encontrado em supermercado de Ipatinga a R$ 15,89 no dia 15/6/2022 

O carrinho “pé de bode” voltou a ser artigo de luxo para os mais favorecidos. Viagens de férias? Só para o litoral mais próximo, por enquanto. Carne é um item que volta a ser alimento de luxo aos domingos, apenas. E a arma de fogo prometida para “proteger a família” é só um sonho.

Por essas e por outras, não adianta achar que carreata ou motociata cheia de 5 mil participantes são sinônimos de eleição ganha. O eleitorado é formado por cerca de 150 milhões de brasileiros. Até 2 de outubro muitas idas e vindas às gôndolas dos supermercados definirão muitos votos hoje indecisos.

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