Fique em silêncio na floresta negra da internet e proteja-se dos predadores

Ao cobrir um evento na manhã de 7 de Setembro, deparei-me com um antigo conhecido que foi logo sentenciado: “Rapaz, você sumiu, moço. Nem nas redes sociais te vejo mais”. Primeiramente fiquei agradecido pelo “rapaz” e “moço”. Saudade da juventude, visto que “rapaz” e “moço” são substantivos que, no sentido literal, referem-se a jovem, à uma pessoa que ainda não atingiu a maioridade.

Mas, sobre estar sumido, até das mídias sociais, estimulou-me a rascunhar sobre isso. Já faz algum tempo que uso as páginas nas mídias sociais cada vez mais para fins profissionais e menos para finalidades pessoais. E tenho razões para isso.

Primeiramente, necessito explicar que, se não fosse pela necessidade profissional, excluiria todos os perfis. Deixou de ser importante para mim. Vez ou outra posto lá alguma coisa, mas sem a emoção dantes. Sem embargo, necessito desses perfis para fazer a gestão das páginas profissionais. Com exceção do Twitter, todos os demais demandam o log inicial com o pessoal, para depois passar às páginas profissionais. 

É triste perceber que muitas pessoas usam os perfis apenas para praticar stalking ou para, simplesmente, “monitorar” quem adicionada como “amigo”. Não comentam, não curtem, não compartilham. Apenas observam, feito lobos maltrapilhos, silenciosamente. Será por que?

O sentido de “amigo” para mim tem um significado tão grande, que deveria ser abolido dessas páginas para se referir a um indivíduo adicionado a um perfil. Tenho seguramente que 1 a cada 1.000 adicionados é realmente um amigo e merece saber o que você faz ou deixa de fazer. É por essas e por outras que vira e mexe faço uma faxina pesada nos meus perfis. Fingiu ser amigo? Sinta-se excluído. 
Floresta de lenga: fique em silêncio e proteja-se

Mas, a retomar o tópico desse artigo, lembro-me de um texto que li em 2019 na publicação de ciência e tecnologia OneZero, citado no jornal da USP, segundo a qual, a internet estaria se tornando uma floresta negra. Em resposta ao ambiente predatório em que parte da rede se tornou, muitos usuários estariam se voltando para canais privados, mais restritos e seguros. É o que de fato eu tenho feito.

Sua hipótese faz referência à teoria da floresta negra, apresentada pelo autor chinês Cixin Liu em sua trilogia de ficção científica “Lembrança do Passado da Terra”. Impossível não concordar que, navegar pelo meio digital atual é como caminhar em uma floresta à noite: pode-se supor, pelo silêncio, não haver vida lá fora, quando, na verdade, os animais estão em silêncio para se proteger de predadores.

Comentários

  1. Entendo perfeitamente e entendo que esse momento da humanidade é complexo porque é difícil ser simples.
    As relações se deturpam e eu tenho saudades dos almoços de domingo com risos fáceis e deboches - mão bilíngue- dos "foras" que os amigos davam

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