Acompanho, sem nenhuma surpresa, o desenrolar do caso do X, antigo Twitter, que foi bloqueado no Brasil por ordem judicial. A mídia social já estava proibida em outros cinco países, dentre eles a China e a Rússia.
Acompanho sem surpresas porque estudo comunicação, vivo da comunicação e entendi, desde o começo que muita coisa está fora de ordem com o crescimento das tais “redes” na internet, com um visível emburrecimento da maioria da população e o crescimento de ideologias nefastas. Isso sem falar na ação dos "hater", que disseminam o ódio o tempo todo. E o X é a tribuna livre dos haters.
Demoramos séculos para chegar até aqui e, em vez de aproveitarmos a tecnologia para o desenvolvimento da humanidade, tem humanos a utilizando de forma muito errada. E querem ter razão.
Pois vejam que a Austrália, quem diria, um país desenvolvido e de grande abertura democrática, abriu um contencioso com o bilionário sulafricano Elon Musk por causa de publicações questionáveis na rede X.
O ricão retomou a ofensiva contra governo australiano após o país apresentar projeto de lei de combate à desinformação. O premiê Anthony Albanese deu um tapa de luva em Musk ao afirmar que “redes sociais têm responsabilidade social” e Musk precisa entender isso.
Albanese acrescentou que “Se o senhor Musk não entende isso, diz mais sobre ele próprio do que sobre o governo australiano”.
A ofensiva do governo australiano foi no sentido de apresentar um projeto de lei para tentar coibir a disseminação de desinformação em redes sociais. O projeto prevê multas de até 5% do faturamento anual de empresas que descumprirem suas obrigações de segurança online.
A Austrália consta entre as nações do mundo mais bem colocadas no Índice de Democracia da Economist, que considera critérios como processo eleitoral e pluralismo, funcionamento do governo e liberdades civis.
A exemplo do que ocorreu no Brasil, sob o argumento que é defensor da liberdade de expressão, Musk se recusa a remover notícias falsas que usuários postam no X.
Para quem quiser saber mais sobre o poder de manipulação das pessoas com o uso das mídias sociais, com a disseminação de fake news, recomendo que assistam os documentos, “O Dilema das redes” e “O grande hacker”.
Parafraseando um ministro australiano, não é possível entender como Musk, ou qualquer outra pessoa, em nome da “liberdade de expressão”, achar que está tudo bem ter plataformas de mídia social publicando conteúdo fraudulento, que está roubando bilhões de dólares das pessoas, ou então manipulando a opinião pública sobre a ciência, a política e a economia e pior, publicação de pornografia infantil, transmissão ao vivo de cenas de assassinato e acidentes deploráveis. “É para isso que ele acha que serve a liberdade de expressão?”, indagou o ministro das Finanças da Austrália, Stephen Jones.
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